As Caravanas

Chico Buarque

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Intro                                               É um dia de real grandeza tudo azul   Um mar turquesa à lá Istambul enchendo os olhos   Um sol de torrar os miolos quando pinta em Copacabana A caravana do Arará do Caxangá Da Chatuba A caravana do Irajá o comboio da Penha Não há barreira que retenha esses estranhos   Suburbanos tipo muçulmanos do Jacarezinho a caminho do Jardim de   Alá     É o bicho é o bochicho É a charanga   Diz que malocam seus facões e adagas Em sungas estufadas e calções disformes É Diz que eles têm picas enormes   E seus sacos são granadas Lá das quebradas da Maré                   Com negros torsos nus deixam em polvorosa A gente ordeira e virtuosa que apela   Pra polícia despachar de volta o populacho pra favela ou pra   Benguelaou pra Guiné hummm               Sol      a culpa deve ser do sol       Que bate na moleira o sol   Que estoura as veias o suor       Que embaça os olhos e a razão E essa zoeira dentro da prisão   Crioulos empilhados no porão De caravelas no alto mar    (ahhhh) Tem que bater tem que matar engrossa a gritaria   Filha do medo a raiva é mãe da covardia   Ou doido sou eu que escuto vozes   Não há gente tão insana nem caravana do Arará     Não        há    não        há           Sol      a culpa deve ser do sol       Que bate na moleira o sol   Que estoura as veias o suor       Que embaça os olhos e a razão E essa zoeira dentro da prisão   Crioulos empilhados no porão De caravelas no alto mar     Tem que bater tem que matar engrossa a gritaria   Filha do medo a raiva é mãe da covardia   Ou doido sou eu que escuto vozes   Não há gente tão insana nem caravana nem caravana nem caravana Do arará

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La chanson évoque une scène vibrante et colorée à Copacabana, où une "caravane" de personnes issues des quartiers populaires défile avec fierté. Dans un contexte de chaleur accablante, elle souligne les contrastes entre ces habitants et la société plus conservatrice, qui les perçoit souvent avec méfiance. Les paroles mettent en lumière la frustration et l'énergie de ces marginaux, tout en questionnant les stéréotypes associés à leur existence. En somme, l'œuvre illustre à la fois la beauté de la diversité culturelle et les tensions sociales, tout en utilisant des images puissantes afin de témoigner de l'inégalité et des luttes. La chaleur du soleil devient un symbole de cette pression sociale, exacerbant la colère et l'incompréhension qui existent entre les différents groupes de la société.