Podres Poderes

Caetano Veloso

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Intro: enquanto os homens exercem seus podres poderes motos e fuscas avançam os sinais vermelhos e perdem os verdes somos uns boçais queria querer gritar setecentas mil vezes como são lindos como são lindos os burgueses e os japoneses mas tudo é muito mais será que nunca faremos senão confirmar a incompetência da américa católica que sempre precisará de ridículos tiranos? será será que que será que será que será será que essa minha estúpida retórica terá que soar terá que se ouvir por mais mil anos? enquanto os homens exercem seus podres poderes índios padres e bichas negros e mulheres e adolescentes fazem o carnaval queria querer cantar afinado com eles silenciar em respeito ao seu transe num êxtase ser indecente mais tudo é muito mau ou então cada paisano e cada capataz com sua burrice fará jorrar sangue demais nos pantanais nas cidades caatingas e nos gerais será que apenas os hermetismos pascoais e os tons e os mil tons seus sons e seus dons geniais nos salvam nos salvarão dessas trevas e nada mais? enquanto os homens exercem seus podres poderes morrer e matar de fome de raiva e de sede são tantas vezes gestos naturais eu quero aproximar o meu cantar vagabundo daqueles que velam pela alegria do mundo indo e mais fundo tins e bens e tais será que nunca faremos senão confirmar a incompetência da américa católica que sempre precisará de ridículos tiranos? será será que que será que será que será será que essa minha estúpida retórica Solo - terá que soar terá que se ouvir por mais mil anos? ou então cada paisano e cada capataz com sua burrice fará jorrar sangue demais nos pantanais nas cidades caatingas e nos gerais será que apenas os hermetismos pascoais e os tons e os mil tons seus sons e seus dons geniais nos salvam nos salvarão dessas trevas e nada mais? enquanto os homens exercem seus podres poderes morrer e matar de fome de raiva e de sede são tantas vezes gestos naturais eu quero aproximar o meu cantar vagabundo daqueles que velam pela alegria do mundo indo mais fundo tins e bens e tais tudo mais fundo tins e bens e tais tudo mais fundo tins e bens e tais

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La chanson évoque les abus de pouvoir et la corruption qui gangrènent la société, où des individus perdent de vue des valeurs essentielles au profit de leurs intérêts personnels. Elle critique la manière dont des groupes sociaux différents, comme les élites et les minorités, se battent pour leur place dans un monde souvent injuste. L'artiste se demande si l'humanité ne finit pas toujours par reproduire les mêmes schémas de tyrannie et de souffrance, tout en aspirant à une communion plus profonde avec ceux qui aspirent à la joie et à la liberté. Le contexte de cette œuvre est ancré dans une critique sociale et politique, notamment dans le cadre des luttes au Brésil et en Amérique latine, où les inégalités et la quête d'une véritable justice sont omniprésentes. À travers des références à la culture populaire, comme le carnaval, l’auteur souligne la résilience et la beauté de la vie face à des défis écrasants.

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